O governo da Inglaterra acaba de publicar a segunda parte de um plano de ação para conter a obesidade infantil no país.
Nesta segunda etapa do plano estão sendo propostas medidas para melhorar o conteúdo nutricional de alimentos e bebidas. Além disso, as informações disponíveis sobre os produtos estão sendo ampliadas para alertar os pais.
Desde 2016, a Inglaterra tem traçado estratégias para reduzir os índices de obesidade infantil com o objetivo de melhorar a saúde pública de sua população, prevendo os números da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estima um crescimento escalonado da obesidade nos próximos anos em todo o mundo.
De acordo com pesquisas, as crianças e adolescentes da Inglaterra são as que mais consomem açucar e calorias em excesso por meio de refrigerantes. Com base nisso, o governo britânico mirou nessas industrias e introduziu uma nova taxa para produtores e importadores que não reduzissem o açucar em suas bebidas. A arrecadação desse imposto foi investida em programas para combater a obesidade, estimular atividades físicas e aplicada em clubes de café da manhã saudável.
As industrias de refrigerantes não foram as únicas que receberam atuação das novas políticas britânicas contra à obesidade. A meta é reduzir 20% de açucar em todos os produtos até 2020. A mudança deve acontecer de forma gradual em alimentos como cereais matinais, iogurtes, biscoitos, bolos, confeitos, sorvetes e os alimentos e bebidas relevantes restantes, incluindo quaisquer produtos que possam estar fora do escopo da imposição da indústria de refrigerantes, por exemplo, bebidas lácteas. Esse programa de redução de açúcar também atua na redução do ingrediente em produtos explicitamente voltados para bebês e crianças pequenas. A Inglaterra também chamou atenção da industria para que a redução do açucar seja acompanhada da diminuição de calorias e que suas formulas não devam ser compensadas com aumento de gordura saturada.
Para proteger as crianças da exposição à publicidade de alimentos ricos em gordura, sal e açucar, o governo também impôs fortes e novas regras de propaganda nas TVs e rádios em julho de 2017. Qualquer transmissão que incentive ou encoraje hábitos alimentares e estilos de vida pouco saudaveís se tornou proibida na Inglaterra.
As metas também estabeleram o incentivo à pesquisa científica; a agroindustria; campanhas para que famílias reconheçam alimentos mais saudáveis; promoção de atividades físicas em escolas com frequência cada vez maior; além de publicar um plano alimentar escolar com políticas alimentares saudáveis.
As políticas públicas de combate a obesidade também são tratadas como investimentos do governo britânico. Isso porque o National Health Service (NHS) – Serviço Nacional de Saúde, em tradução literal – aplicou, em 2014 e 2015, mais recursos no tratamento da obesidade e suas comorbidades do que foram aplicados em segurança e no sistema judiciário.
“Nossa ambição é ousada, mas simples. Nós reduziremos pela metade a obesidade infantil e reduziremos significativamente a diferença na obesidade entre as crianças das áreas mais pobres e menos favorecidas até 2030. Todos nós temos muito a ganhar vencendo a obesidade e é vital para todos nós trabalharmos juntos para conseguir isso. […] No entanto, continuamos comprometidos em rever o que mais pode ser feito para cumprir nossa ambição de reduzir para metade a obesidade infantil e continuaremos a monitorar o progresso e evidências emergentes com cuidado”, diz o plano britânico.
Você pode ler mais sobre as estratégias da Inglaterra para combater à obesidade clicando aqui: https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/718903/childhood-obesity-a-plan-for-action-chapter-2.pdf