CIRURGIA ROBÓTICA

A cirurgia convencional ficou no passado, após o advento da cirurgia videolaparoscopica , surgiu mais recentemente a cirurgia Robótica . Foi-se o tempo em que o paciente era internado durante sete dias, tinha o osso do esterno, do peito, serrado e voltava à rotina em 60 dias, com uma cicatriz traumática de 25 cm de comprimento. Agora, a alta hospitalar pode ocorrer em um a dois dias e o retorno às atividades habituais, em dez, porque os robôs invadiram os centros cirúrgicos e são capazes de realizar cirurgias minimamente invasivas.

Criado com fundos do Departamento de Defesa norte-americano como alternativa para operações a distância, o sistema possui três componentes. O primeiro é uma mesa de operação com o robô, composto por quatro braços poliarticulados, com flexibilidade de 360 graus e movimentos precisos. Na ponta de um dos braços, há uma câmera que emite imagens em 3D. Os outros braços manipulam pinças cirúrgicas, movimentadas pela máquina, que reproduzem os movimentos das mãos do cirurgião. A segunda unidade é um console, pelo qual os médicos recebem as imagens em 3D de alta definição e realizam com as mãos os movimentos operatórios, transmitidos para o robô. Completando o sistema, há um conjunto de hardware externo.

Operados por controle remoto, os quatro braços do robô Da Vinci realizam movimentos tão precisos quanto delicados. Ao lado, o cenário de uma operação. Os cirugiões trabalham sentados, à esquerda.

Entre os benefícios estão a melhoria da qualidade de vida do paciente, menor tempo de internação, diminuição da dor e das complicações pós-cirúrgicas e retorno mais rápido à rotina social, além de menores cortes, cicatrizes e índices de infecção hospitalar. "O grau de satisfação de pacientes operados por essa técnica é de 95%, de acordo com as informações do fabricante".

O sistema traz benefícios também para o cirurgião: o robô elimina e corrige o tremor natural das mãos, proporciona maior amplitude de movimentos e melhor ergonomia durante a cirurgia, reduzindo a fadiga do médico. Com isso, o cirurgião pode visualizar em detalhes os locais que não alcançaria durante um procedimento tradicional ou mesmo laparoscópico.

Concebido nos Estados Unidos para fazer cirurgias à distância durante a Guerra do Golfo, na década de 1990, o Da Vinci não foi bem-sucedido na época. Trata-se, afinal, de um sistema frágil que não dispensa a presença de um cirurgião. Mas os americanos aperfeiçoaram a tecnologia e começaram a utilizá-la em cirurgias nessa mesma década.

O robô tem extrema habilidade para movimentos delicados, como as suturas ou anastomose (união de vasos sanguíneos ou de partes de órgãos). "A robótica proporciona uma maior acessibilidade à microcirurgia, pois possibilita a majoração ou miniaturização das imagens e dos movimentos".

Em linhas gerais, o robô serve para auxiliar o cirurgião naqueles casos em que o acesso ao lugar a ser operado é mais difícil com a cirurgia convencional ou até mesmo a laparoscópica.

De fato, apesar de o robô poder ser controlado a distância, por meio de bandas largas, o cirurgião tem de estar obrigatoriamente presente na sala cirúrgica, ao lado de toda a equipe. "Caso ocorra algum imprevisto, a equipe está habilitada a abortar a cirurgia e convertê-la em uma cirurgia laparoscópica ou convencional. Se algo acontecer com o equipamento, o cirurgião o desconecta do paciente e prossegue a cirurgia por videocirurgia..

Custo


Atualmente há mais de 2 mil robôs-cirurgiões em operação no mundo, todos utilizando o sistema Da Vinci. Essa realidade deverá mudar em cinco anos, quando o Canadá, o Japão e a Alemanha lançarem novos modelos. Quando isso ocorrer, o número de cirurgias robóticas deverá aumentar, pois a existência de novas marcas deve baratear o custo do procedimento.

Futuro


Há 20 anos um computador ocupava uma sala enorme. Atualmente, para a realização de cirurgias com o Da Vinci, é preciso uma sala de 60 a 70 m2. Sem contar que hoje existem laptops, notebooks e smartphones. No futuro, teremos robôs de tamanho bem menor que os atuais.

A máquina está provocando uma verdadeira revolução na cirurgia. Sua utilização implica superar vários desafios, entre os quais o rápido e constante aprendizado de novas técnicas e tecnologias e o seu uso nas cirurgias para tratamento da obesidade já possui sua grande valia.



Ficou alguma dúvida? Pergunte ao doutor