Cirurgia Metabólica

O Diabetes vêm nos mostrando um aumento dramático na sua incidência e prevalência, principalmente o diabetes tipo 2, existe hoje uma série de novos medicamentos que podem ser usados para controle dos níveis glicêmicos; nos últimos anos surgiram uma classe de medicamentos com mecanismo de ação totalmente diferente dos demais, novas medicações que também ajudam no manejo do excesso de peso, novas insulinas e, mais recentemente, o anúncio da insulina inalada, que deve ter seu comércio iniciado em 2015 nos EUA.

A obesidade associado ao diabetes tipo 2, leva a uma resistência insulínica importante, que mesmo em altas doses não é possível o controle adequado da glicemia; fazendo com que a cirurgia bariátrica seja uma excelente opção para pacientes com IMC acima de 35.

O cirurgião bariátrico Edward Mason, na Universidade de Iowa, nas primeiras cirurgias de pacientes diabéticos portadores, submetidos a cirurgias nas quais o estômago havia sido retirado e o trânsito desviado para porções mais baixas do intestino delgado (gastrectomia com reconstrução em Y-de-Roux), apresentavam reduções dramáticas dos níveis de glicose no sangue.

Muitos outros grupos de cirurgiões bariátricos publicaram trabalhos relacionados a melhora sensível dos indices glicêmicos pós cirurgia de obesidade, foram necessários dez anos para que a comunidade médica levasse a sério a possibilidade de curar diabetes por meios cirúrgicos, onde todos achavam que o diabetes era uma doença incurável.

A cirurgia metabólica , consiste em uma redução do estômago ,fazendo com que o paciente coma em quantidades menores associado a um desvio intestinal em Y , evitando que os alimentos após digeridos tenham contato com a primeira porção duodenal, além de sentir menos fome a cirurgia modifica questões hormonais; parte dela ocorre por conta da grelina, hormônio liberado pelo estômago com a finalidade de estimular o apetite; quando nosso estômago fica vazio, os níveis de grelina na corrente sangüínea sobem; quando está repleto, caem. Nos operados, curiosamente, os níveis de grelina costumam ser baixos e variar pouco no decorrer do dia.

Outra influência importante é a de um hormônio produzido pelas células do intestino, o GLP-1. Como a cirurgia deixa quase todo o estômago fora de circuito, o bolo alimentar é desviado diretamente para o intestino delgado, área em que os alimentos já chegavam processados pelo suco gástrico. Esse estímulo novo faz as células do delgado produzirem mais GLP-1. Em pessoas saudáveis GLP-1 exerce diversas funções, entre as quais a de estimular o pâncreas a produzir mais insulina, essencial no controle da glicemia; após a refeição ocorre o aumento da liberação de GLP-1, que estimula o pâncreas a produzir mais insulina, levando a queda da glicemia pós-prandial, essa complicação, interpretada como “a reversão do diabetes em pacientes não-diabéticos”, costuma surgir anos depois da operação. Como o intestino delgado libera dezenas de hormônios, o mecanismo de correção da glicemia em diabéticos e do aparecimento tardio de hipoglicemia pós-prandial em não-diabéticos, está longe de ser elucidado.

Sabe-se hoje que a cirurgia metabólica para tratamento do diabetes é algo novo, principalmente  nos casos de pacientes com IMC abaixo de 35 ; já existem casuísticas comprovadas que mostram o sucesso da cirurgia; o índice de cura nos casos de pacientes obesos diabéticos tipo 2 chega a quase 98 % e nos caso de pacientes diabéticos tipo 1 insulino dependente os níveis glicêmicos melhoram sensivelmente. Ainda há muitos assuntos a serem discutidos entre as sociedades médicas e acreditamos que estamos no caminho certo para conduzir de maneira mais saudável esse tema tão polêmico.



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